14 de março de 2010

Um, Ninguém e Cem Mil

 (...) Era assim que eu queria estar só. Sem mim. Sem aquele eu que eu já conhecia, ou julgava conhecer. Só com um certo estranho, do qual já sentia obscuramente não poder libertar-me e que era eu próprio: o estranho inseparável de mim.
 Nessa altura, avistava apenas um! E já esse, ou a necessidade que eu sentia de ficar a sós com ele, de o colocar na minha frente para o conhecer bem e conversar um pouco com ele, me perturbava muito (...) Se para os outros eu não era aquele que até então pensava ser, quem era eu afinal?
 Vivendo, nunca tinha pensado na forma do meu nariz; (...) Mas agora pensava.
 (...) Desde então, assentei no própósito desesperado de ir perseguindo aquele estranho que estava em mim e me escapava; que eu não podia fazer parar diante de um espelho porque se transformava de repente em mim, tal como me conheço; que vivia para os outros e que eu não podia conhecer, que os outros viam e eu não. Também eu queria vê-lo e conhecê-lo como os outros o viam e conheciam. (...)

Um comentário:

  1. Quero ler esse livro... Com Desenhinhos... Ceninhas...Coisinhas... Conceitinhos... Merdi... ,MAS... QUERO LER!=)

    (...nhas)

    x)

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