27 de março de 2011

sem título

de longe, a calçada tinha feito a barba. folhas caídas no chão denunciavam a falta de vida. de quem a aparasse. três senhores se encontravam num banco de madeira verde ao canto de uma praceta enorme. 
três velhos senhores. digo antes, nove. nove? nove tal qual cada fio de interpretação do seu imaginário comum.os juízos de valor ganham peso, embora a mó da presunção nos faça dizer que não possuímos o dom da primeira impressão. e depois de explorar o outro, percebermos que a nossa impressão estaria errada. como a água envenenada cristalina, mortal para quem a consome. juízos de valor são feitos a toda a hora. a cada segundo. em cada poro do nosso corpo. 
somos homens sujos. e de más intenções. e cada pessoa interpreta de forma bonita esta constatação. o seu rosto, a sua personalidade. a sua aura.
passaram dois melro que apanharam duas das folhas que pintavam a praceta naquele frio de outono. gélido outono.
alguém apelava a paz. alguém me desejava boa sorte. e no fim as contas, os três senhores sentados no pequeno banco da praceta, eram nove.

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