ao abrir a janela, sinto o vento a levar todos os meus pensamentos por dois segundos.
é aquelo tipo de vento que dá gosto de sentir. fico tão leve. a consciência é pesada. as preocupações são tantas. as desilusões também.
esses dois segundos servem para te descrever. são apenas dois segundos, mas a tua imagem na minha cabeça faz-me ver a luz do sol escondida nas nuvens escuras que indicam a forte chuva que por aí vem. para não dizer uma tempestade. seria mais romântico se dissesse tal coisa não? seria. romântico e dramático. não sou romântica. não tenho jeito. outrora tive. estava num mundo cor-de-rosa. uma cor que, na verdade, não gosto, mas que me fazia entrar naqueles filmes dos anos 80, das mulheres que tinham como único objectivo casar, ter filhos, cuidar deles e das suas casas. graças a deus não sou mais assim. e não penso em ti assim.
penso sim como uma flor que cheira bem, como uma música que me acalma, como uma comida saborosa...
bom. isto soou um pouco animalesco. mas... nós somos animais certo? não vais fugir de mim, por ter vontades animaliscas pois não? por eu ser assim pois não?
não fujas. és a imagem que me faz ver a luz do sol escondida nas nuvens escuras que indicam a forte chuva. sabes que fico com as bochechas rosadas quando digo algo demasiado pessoal. que baixo os olhos para não veres que estou a ser sincera. estou assim agora. sei lá eu o porquê de fazer isso.. (eu sei mas quero fazer de conta que não). será possível encontrar melhor imagem que a tua? talvez um prado? o mar?
sei lá, o meu cérebro privou-me de pensar noutra imagem que não a tua.
não sei o que faria por ti. talvez não faria nada. talvez faria tudo.
a tua imagem está a desvanecer-se. estás a ir embora? o que se passa? não fui demasiado romântica? fui demasiado romântica?
milhões de questões e preocupações invadem a minha alma.
afinal foram os dois segundos que passaram. o vento que parou.
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