29 de novembro de 2009

é mais um miau do que um rugido mas pronto.

Não sei o que vai em mim. Nem sequer estava à espera de o ver naquela noite. Eu sabia que ele me iria ignorar, para não variar. E então fiquei de "vigia" seguia as reacções de perto como quem está prestes a atacar, a diferença é que eu não iria atacar. Sou uma gatinha medrosa.
Enquanto isso lá ia eu, com os meus esperados futuros amigos, na caudita do gato ver algo de diferente na noite fria da cidade. E foi ai que o vi nitidamente. Nem sabia onde me enfiar. Quando toca a este tipo de coisas eu gosto de me esconder, quanto mais escondida melhor. Mas eu queria vê-lo. Melhor, queria "avaliá-lo". Ele é tão sinistro. Interessante, mas sinistro. Quando o vejo nunca sei o que acontecerá no minuto a seguir, na hora a seguir. Coisas inesperadas, isso é bom. Isso é mau.
A conversa do congumelo mágico estava hilariante. Há pessoas que nos fazem realmente rir com vontade. Ainda assim estava atenta. Segui os passos conhecidos. Ligeiramente afastada, tentando ser invisivel e fazendo de conta que nada se passava dentro de mim. Acho que agi com naturalidade quando completei a frase dele e sorri, amigavelmente. Não sou a fera que gostaria de ser. Sou tão cobarde, chegaria até a dizer que sou hipócrita. Não estou a põr as cartas todas na mesa. O que se passa? Não me parece que seja o lobo mau, porquê esta minha atitude? O minha alma não responde à minha incerteza.
E passado um tempo, ele lá se foi. Mesmo assim manti a minha postura, embora triste por ele se ir, e não olhei para ele. Não quero mostrar fraquezas. Se ele me olhasse nos olhos conhecia-me inteiramente. E eu não quero.
Sem olhar para trás ele se foi.
Não sei mais se o voltarei a ver.

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