cabeça perdida.
perdida em sonhos, em desilusões. em outras coisas, banais. fatais. existenciais.
que nem com um risco na memória nos faz conseguir esquecer. são coisas às quais temos que nos preocupar, que pensar, que resolver apesar de serem banais.
dam-me o cabo dos trabalhos. o cabo dos pensamentos.
são voltas e voltas e na volta nada foi feito. nada foi verdadeiramente pensado, nada foi verdadeiramente elaborado.
estou tão cansada. para quê um corpo saudável se a minha alma já está a querer morrer para o mundo?
para quê uma vida considerada "activa" se não dou uso dela ao querer apenas dormir até toda a minha mente estiver limpa de todo o tipo de coisas?
e mesmo triste, não consigo deixar de olhar para trás.
ontem quase arranquei o fio de promessa do meu pescoço e partir para o choro. o choro do desespero. o choro de quem já não tem mais nada para corrigir buracos, estragos. o choro de quem baixou braços.
como consigo ficar, querendo partir?
vou ficado, lutando contra o vento que me puxa para norte, para o infinito. para o desconhecido.
correndo vezes sem conta num bosque inabitado e escuro tem de ser só uma imagem de filmes tristes, não do meu.
agir, agir, agir.
tenho de agir.
mudar, mudar, mudar.
tenho de mudar.
o meu corpo está dormente. mas mesmo assim não durmo. tenho medo de não ter ninguém para me acordar.
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